quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Dia 17 de abril de 2006

Por: Elio Traczynski

Esta data tão importante
Que lembramos a cada instante
Foi com muita luta que conseguimos uma vitória significante
E não esqueceremos jamais
Porque há 10 anos atrás
Um acampamento de trabalhadores rurais – MST
Começava a organizar
Para ocupar um grande latifúndio
No Estado do Paraná.
Usando apenas ferramentas de trabalho
Foices e facão
Sendo que sabiam que teriam que enfrentar uma dura missão
Os jagunços da fazenda
E alguns políticos da região.
Naquela noite escura e fria
Muitas famílias sofriam
Caminhando pela escuridão
Para chegar ao clarear o dia
No lugar exato
Hoje chamado “buraco”
Onde alguns meses ficamos acampados
Deste lugar temos tristes lembranças
Ali morreram várias crianças
Mas nesta mesma data, 17 de abril de 1996
Uma triste notícia chegava para os camponeses
Que do outro lado do Brasil
19 companheiros foram assassinados
A tiro de fuzil,
Em El Dorado dos Carajás
Que fica no Estado do Pará
Essa triste chacina
Também temos que lembrar
Mas aqui não foi diferente
Perdemos dois companheiros inocentes
Vanderlei das Neves e José Alves dos Santos
A luta foi sofrida
Mas devagar foi erguida
A nossa bandeira querida
E hoje nos orgulhamos de estar aqui
Graças a Deus ninguém pôde impedir
Que cada companheiro que lutou com fé e dedicação
Hoje tenha um pedaço de chão para trabalhar e produzir.
Hoje 1500 famílias
Trabalhando gerando riqueza e desenvolvimento
Para o município de Rio Bonito do Iguaçu.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Colégio Iraci Salete realiza Assembleia geral

Por Rudison Luiz Ladislau

Nesta terça-feira, dia 16 de setembro de 2014, foi realizada mais uma vez neste ano a assembléia do Colégio Iraci Salete, momento este que tem sido de grande importância para debater as questões relacionadas a educação e tirar encaminhamentos. Na oportunidade, foi marcante a presença dos pais, mães, responsáveis, educandos, educadores, representantes do MST e pesquisadores. 




quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sem Terra inauguram Escola Itinerante para atender 590 estudantes acampados

Por Carla Loop
Da Página do MST

Nesta terça-feira (09), as 2.500 famílias do Acampamento Herdeiros da Terra de 1º de Maio, em Rio Bonito do Iguaçu (PR), puderam comemorar o direito a educação e a escola do campo, com a inauguração da Escola Itinerante no acampamento.

Ao todo, cerca de 590 estudantes do acampamento poderão estudar na escola. Serão formadas 14 turmas, divididas entre a Educação Infantil com 280 estudantes; 80 estudantes do Ensino Fundamental; 30 de Ensino Médio; e 200 estudantes de Educação de Jovens e Adultos (alfabetização e EJA II - Ensino Fundamental).

Com exceção das atividades do Ensino Médio que começará em 2015, todas as outras turmas já se iniciam neste ano, que contarão com 28 educadores e mais três pessoas do administrativo. Toda a construção da escola foi realizada por meio do trabalho voluntário dos acampados, inclusive para ela iniciar suas atividades pedagógicas.

A Escola Itinerante é uma escola pública que funciona dentro dos acampamentos organizados pelo MST, voltada à escolarização de crianças, adolescentes, jovens e adultos acampados em todo o país.

Como explica Juliana de Mello, dirigente do setor de educação no acampamento, a escola itinerante forja uma nova pedagogia gestada pelos próprios trabalhadores. Sua principal função é atender as pessoas que estão em processo de luta, e o Movimento tem a tarefa de ajudar a organizar a escola.

“Construir uma escola Itinerante é uma oportunidade de fortalecer a luta do povo, de organizar mais um espaço educativo do Movimento Sem Terra, para que os sujeitos que estão em formação e inseridos no acampamento possam aprender que lutar e construir uma nova sociedade é tarefa de todos, e desde já, exercitarem isso”, acredita Juliana.

Segundo Juliana, um dos princípios básicos do Movimento é o compromisso com a educação escolar, que visa garantir “que os educandos sejam respeitados, sobretudo no acesso ao conhecimento a partir da realidade em que vivem”.

Com explica a educadora, as famílias acampadas não reivindicam apenas o direito à terra, de plantar e colher alimentos saudáveis, mas também de ter acesso a escola, a saúde, a comunicação, cultura e qualidade de vida.

“Desde o acampamento as famílias vão experimentando uma nova forma de construir as relações, baseadas na solidariedade, na cooperação, no cuidado com a terra e com a vida”, ressalta.

As milhares de famílias Sem Terra do Acampamento Herdeiros da Terra de 1º de Maio reivindicam a Fazenda Rio das Cobras, explorada pela empresa Araupel.

Segundo eles, a área, ocupada desde 17 de julho, foi grilada pela empresa, que atua principalmente na exportação de madeira de floresta nativa e de madeiras plantadas. Por isso, as famílias reivindicam a desapropriação da fazenda de cerca de 35 mil hectares para fins de Reforma Agrária.

O mundo dá voltas

A primeira Escola Itinerante no Paraná foi oficialmente reconhecida em 2003, e aconteceu justamente na segunda ocupação das terras nulas sob domínio da Araupel, em Quedas do Iguaçu.

As duas escolas foram batizadas com os nomes de Chico Mendes e Olga Benário. Na época, mais de 1000 crianças, jovens e adultos foram matriculadas. Atualmente, ambas as escolas se integram a rede estadual de ensino, e se constituiram como Colégios Estaduais do Campo, reconhecidos e mantidos pelo Estado do Paraná.

O Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak, no assentamento Marcos Freire, em Rio Bonito do Iguaçu, é a Escola Base das Escolas Itinerantes no Paraná, que funciona como suporte e reconhecimento legal das escolas itinerantes.

Além de viabilizar as matrículas e cuidar da parte documental, a Escola Base garante um projeto político pedagógico vinculado aos princípios do MST, a Pedagogia do Movimento e a construção da Educação do Campo.

Atualmente, o Paraná conta com 12 Escolas Itinerantes em diferentes regiões. O desafio dos Sem Terra é garantir que em todos os acampamentos de trabalhadores rurais exista uma escola itinerante.