“Juventude
da cantuquiriguaçu não abre mão da consolidação do campus da UNICENTRO em
Laranjeiras do Sul – Campus Já!”
Nesta sexta-feira, dia 14 de
junho de 2013, o Srº Governador do Paraná, Beto Richa, esteve presente em
Laranjeiras do Sul, anunciando os investimentos do Estado no município e
região.
Rompendo
com o protocolo previsto, e superando a resistência encontrada, devido à
presença de inúmeros seguranças e policiais, as Juventudes da região
organizadas interromperam o ato político, apresentaram para o público presente
as demandas dos jovens, e entregaram em mãos do governador a pauta de
reivindicação das juventudes.
Confira
abaixo a pauta:
Excelentíssimo
Sr. Governador Beto Richa
Pauta do Coletivo da Juventude Sem Terra e Colégio
Estadual do Campo Iraci Salete Strozak
Nós, jovens, trabalhadores e estudantes do campo do território da
Cantuquiriguaçu, estivemos reunidos na escola, em atividades e encontros de
formação, como a Escola da Juventude, debatendo as principais problemáticas e
desafios do jovem do campo nas esferas do trabalho e renda; auto sustentação da
juventude em áreas de assentamento e comunidades camponesas; cooperação; os
impactos dos agrotóxicos e suas consequências para a saúde humana e o meio
ambiente; Educação do Campo, pública, gratuita e de qualidade; democratização
de espaços e meios culturais no campo.
O
Território da Cantuquiriguaçu possui maior parte de seus habitantes morando no
campo, constituindo-se como uma das populações mais jovens do Paraná. No
entanto, é marcada pelo baixo IDH-M e pela maior taxa de pobreza do Estado.
Tais índices explicitam as condições de exploração e exclusão que atingem a
vida dos jovens que residem na região.
Compreendemos
o papel fundamental neste território, apoiamos e estivemos engajados na luta
pela construção da universidade, que deve corresponder à demanda regional de
formação de professores, mas também buscar aprimorar o debate crítico-social
bastante presente pela forte presença dos Movimentos Sociais do Campo, com
ações concretas nos acampamentos, assentamentos e em nossas escolas. Assim, é
importante preparar educadores e trabalhadores para uma atuação
profissional que vai além da docência e cargos, dando conta da gestão dos
processos educativos que acontecem na escola e no seu entorno, atuando também
em outras atividades educativas não escolares junto às populações do campo,
movimentos e organizações sociais.
Tendo em
vista a situação apresentada e as problemáticas debatidas, exigimos:
Construção
do Centro de Alternância para que os jovens possam estudar e contribuir no trabalho
familiar, fortalecendo a política da Educação do Campo, com uma efetiva
implantação de proposta pedagógica de formação garantindo cursos de graduação e
pós graduação (Especialização, Mestrado e Doutorado);
Garantir
projetos de Pesquisa e Extensão de formação na área da cultura, arte, produção,
educação, meio ambiente na perspectiva de desenvolvimento regional
sistematizando as experiências do modo de vida camponês como possibilidade de
reafirmar sua cultura;
Ampliar a
oferta de cursos que atendam a demanda da região no âmbito da Educação, com
Licenciaturas em História, Filosofia, Sociologia, Artes, Educação Física,
Matemática, Física, Biologia e Química, fortalecendo o Campus de Laranjeiras do
Sul como um Centro de referência na formação de professores nas diferentes
áreas do conhecimento;
Criar o
curso de Medicina Veterinária que desenvolva a matriz tecnológica da
agroecologia;
Criar
Fóruns, Grupos de Estudos e Pesquisa sobre Juventude, para pesquisar dados e
índices sobre a juventude em nossa região, elaborando estratégias para curto,
médio e longo prazo nas suas diferentes dimensões;
Garantir
espaços para proposição da Juventude quando for discutido a criação de novos
cursos na UFFS e a consolidação do campus UNICENTRO para Laranjeiras do Sul;
Ter professores
e profissionais formados na área de artes cênicas, visuais, plásticas e de
música;
Criar a
Escola de Aplicação de Educação numa Escola Estadual do Campo;
Desenvolvimento
de atividades culturais, artísticas, cinema, amostras, sinfonias, festivais,
entre outras, no Cine Teatro Iguassú com acesso ao conjunto da comunidade
regional;
Manter as
escolas abertas no campo, garantindo o acesso a escolarização próximo de onde
os estudantes residem, conforme pauta da Campanha Nacional contra o
fechamento das escolas do campo: Fechar Escola é Crime!
Cumprir a
lei federal do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, que garante a
compra direta da merenda escolar dos camponeses retirando do consumo a merenda
enlatada;
Proibição
de alimentos cultivados com agrotóxicos na merenda escolar nas escolas, e a
garantia de alimentos agroecológicos produzidos pelos camponeses;
Garantir
a qualidade e a segurança no transporte escolar. Assegurar junto a
administração municipal a melhoria dos meios de transporte, bem como, a
conservação das estradas de linhas escolares. É inadmissível que os 200 dias
letivos sejam prejudicados pela não circulação do transporte devido a má
condição das estradas, comprometendo a formação dos estudantes das escolas do
campo;
O Colégio
Iraci Salete Strozak é uma escola pública do Campo. Conforme Resolução de
distribuição de aulas 5590/2010 esta teria lotação de educadores obedecendo a
prioridade de já ter atuado em anos anteriores na escola. A instrução 027/2010
SUED/SEED estabelece a lotação dos educadores em áreas do conhecimento. Esta
resolução são da SEED e o que a escola questionou foi o não cumprimento das
mesmas, sendo que em nenhum momento foi ou é intenção desta instituição e de
seus gestores selecionar os educadores. a luta do coletivo da Escola é pela
lotação de educadores com 40 horas na Escola Iraci e nas Itinerantes, pois esta
é uma demanda do Ciclo de Formação Humana;
Construção
imediata de pelo menos quatro salas de aulas para suprir as necessidades das
turmas que hoje estão tendo aula em espaços inadequados, improvisados na
comunidade.
Coletivo de Estudantes do Colégio Iraci Salete e da
Brigada Ireno Alves dos Santos.