quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A escola Iraci promove encontro do Vozes Sem Terra com os estudantes

No dia 21 de Outubro desse ano, aconteceu um encontro de formação e socialização da experiência de criação do site Vozes Sem Terra/ Landless Voices com os estudantes do Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak.
Os estudantes foram convidados a ver o website para dar sua opinião e falar um pouco sobre sua importância para a vida de nossos jovens. Um momento de apresentação para os estudantes do universo de possibilidades que esse instrumento de luta apresenta para eles, enquanto sujeitos sem terra na luta pela transformação social. 
Agradecemos imensamente pela contribuição das educadoras Else (Universidade de Londres) e Sônia (Universidade Federal do Paraná).



terça-feira, 19 de novembro de 2013

E você Jovem quer saber como produzir um Fanzine?


e 

Quer saber mais dicas????

Corra e Produza um Fanzine com sua turma!!!!


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O JovemZine e a Dança

O jovemZine e a dança

Em uma homenagem para os estudantes que fazem parte do grupo de dança "Reflexos da Luta", a professora Soniamara de Lima, com a ajuda de uma das integrantes do grupo produziram um fanzine em forma de registro de todas as apresentaçãos que realizaram em diferentes espaços e municípios. Assim, o JovemZine apresenta todos os momentos vividos pelo grupo nesse 1 ano de ensaios, apresentações, estudo e formação. A dança para eles é compreendida como instrumento de luta dos trabalhadores rurais-sem terra em mostrar sua arte para toda a sociedade.


JovemZine

JOVEMZINE

O fanzine é uma mini-revista que tem a intenção de divulgar situações cotidianas e chamar a atenção para uma temática considerada relevante ao coletivo e de interesse dos estudantes. É produzido mensalmente por duas ou mais turmas, existe um cronograma no mural da escola que se refere a cada mês quando uma ou mais turmas assumem o compromisso de produzir essa mini revista com objetivo de informar os estudantes. Então, é necessário perceber que é um trabalho contínuo e coletivo, que perpassa a sala de aula, discute aspectos de acompanhamento, divisão de tarefas, auto-organização e autonomia na gestão dos meios de comunicação da escola. Neste ponto, o conhecimento exerce uma função central de ser uma ferramenta para discussão concreta dos desafios que estão sendo postos para continuidade dessa prática. Toda a organização dos estudantes no Grêmio Estudantil, no Núcleo Dirigente dos Estudantes e no Coletivo de Comunicação, demonstra que a auto-organização é um elemento forte que dá respaldo para a realização das demais atividades que existem no colégio.
Segundo, a educanda do colégio Juliana Mello (2013) "o fanzine é coordenado por estudantes do Núcleo de Dirigentes dos Estudantes e acompanhado por um estudante da Licenciatura em Educação do Campo. É construído mensalmente com duas ou três turmas. Os estudantes do NDE vão até as turmas e lá socializam qual a proposta da atividade. Todo o processo do Fanzine busca os princípios da auto-organização e da liberdade de expressão dos estudantes. O NDE tem o papel de dar o direcionamento para a atividade, para que possua uma intencionalidade correspondente aos nossos objetivos. O jornal hoje indo para a sua 3 edição, é produzido pelo Coletivo de Comunicação da Escola, e por turmas que o assumem como trabalho de sala de aula. É acompanhado por uma pessoa responsável pela comunicação na região. A pauta é discutida coletivamente, a divisão das matérias também. As matérias são escritas e entregues a coordenação do jornal composta por estudantes do NDE, que são responsáveis por acompanhar todo processo de construção. Possui uma coordenação de estudantes do NDE e o acompanhamento de uma estudante da Ledoc, que são responsáveis por pensar em estratégias para que este possua uma intencionalidade ligados aos nossos objetivos". 
O fanzine não se configura como uma alternativa mercadológica. Pelo seu caráter amador, o fanzine estaria mais para uma cultura independente, livre das amarras do mercado, da imposição das grandes tiragens, da linguagem consensual para um público Genérico. O fanzine é um veículo de comunicação dirigida, que tem as dimensões do universo de seu público. Como na maioria das vezes os fanzines se identificam nas especificidades, é comum lidar-se com públicos reduzidos da mesma forma que proliferam indefinidamente os títulos e abordagens dessas publicações.
Dessa forma, gostaríamos de apresentar alguns fanzines elaborados pelas turmas do Colégio Iraci Salete Strozak que segue logo abaixo:

Estudantes das Turmas 9B e 9C

Adicionar legenda

 
 

O JORNAL ESCOLAR 'FRUTOS DA LUTA": UMA MARCA DOS ESTUDANTES

Os meios de comunicação no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak
 
A inserção de uma proposta de comunicação que dialogue com as diferentes linguagens, vem sendo assumida pelo colégio, desde 2009. O processo de discussão sobre o desenvolvimento dos meios de comunicação surge da necessidade dos alunos terem um espaço para expressar suas ideias, seus aprendizados, suas culturas, relacionado tanto aos processos de formação da própria escola, quanto aos processos de formação do MST.
Cabe aqui apresentar os meios de comunicação elaborados na escola como o jornal escolar “Frutos da Luta”, o Fanzine “Mini-Revista” e a “Rádio Escola”. Esses três instrumentos de comunicação foram criados pela auto-organização dos alunos e, incentivados por professores, com a intenção de existir uma forma de comunicação entre eles e a escola. Surge então da demanda concreta do ato comunicativo, que mobilizou toda a escola para ajudar a pensar como seria a proposta e como seriam mantidos esses veículos citados.
O boletim escolar “Frutos da Luta” agrega diversos gêneros textuais e entre eles estão presentes nas edições: reportagens, notícias, editoriais, charges, poemas, desenhos e fotos. A 1ª edição do jornal escolar foi editada em julho de 2012. Essa edição foi o lançamento do que seria o surgimento do Coletivo de Comunicação na escola. As reportagens foram sobre a ocupação feita pelos estudantes no Núcleo de Educação em Laranjeiras do Sul, a comida enlatada, a proposta pedagógica da escola e sobre a realização das Conferências da Juventude que os alunos participaram.

Na 2ª edição, o jornal apresenta algumas mudanças em seu design e conteúdo, onde se denota um domínio maior da escrita por parte dos estudantes. Os assuntos abordados nesta edição do jornal são voltados para a descrição das atividades desenvolvidas na escola, desde seus projetos didático pedagógicos e para didáticos, até o envolvimento dos estudantes em outros espaços de formação.

 


A 3ª edição do jornal se apresenta como uma cara mais nova de se pensar e fazer a comunicação na escola, as reportagens, relatos, piadas e poemas demonstram as perspectivas que a juventude sente para com as possibilidades e desafios enfrentados pela escola. Nessa edição, as reportagens apresentam a organização da escola pelos complexos temáticos, sobre as péssimas condições das estradas em que os ônibus escolares fazem as linhas, a construção de uma cisterna para abastecimento de água, resgate da memória das festas realizadas pela escola e sobre a identidade dos jovens que morram em uma área de reforma agrária.

Além, de ser uma ferramenta de comunicação eficiente, o boletim consegue desenvolver o aprimoramento da escrita e da leitura, auxiliando os professores da disciplina de português e estimulando a cultura da leitura, ao passo que se torna prazerosa por ser fruto do próprio trabalho dos estudantes.

 


 


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Juventude Sem Terra dá o tom de vermelho no Teatro Guaira durante o II Festival de Artes



1600 pessoas participaram do evento realizado entre os dias 07 e 10 de outubro em Curitiba e, incluiu a presença de escolas convidadas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Educandos e educandas, integrantes do grupo de teatro SaciArte e do Grupo de Dança Reflexos da Luta, do Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak emocionaram o público presente no Teatro Guaira, durante o II Festival de Artes das Escolas de Assentamento do Paraná. O espetáculo abordou diversos fatores que envolvem a juventude na sociedade, como o êxodo do campo, a pressão, o desgaste, a alienação, a violência, o trabalho, gênero, assim como, o desvelamento das relações efêmeras que se estabelecem entre as pessoas. A liberdade perdida da sociedade capitalista e o controle visível e invisível. Num confronto entre lixo e cultura, desumanização e rebeldia, juventude é uma força em luta.

 
 
  
 
 



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Artefatos Líticos são encontrados no Assentamento Marcos Freire em Rio Bonito do Iguaçu – Pr



      
 Neste 1º dia de outubro de 2013, educando do Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak, apresentou no colégio três artefatos líticos que foram encontrados no lote onde reside, materiais esses de provável origem indígena, feitas a partir da Rocha Magmática Extrusiva, o Basalto - típica da região. Tais objetos haviam sidos encontrados por um trabalhador do campo já fazem aproximadamente 4 anos e permaneciam guardados até este momento.
Aparentemente se trata de duas espécies distintas de machados e um terceiro objeto ainda que não pode ser identificado. O certo é que essa descoberta, abre um grande horizonte para o desenvolvimento de estudos arqueológicos em toda a região. Confira a imagem:
  
Objetos encontrados em Rio Bonito do Iguaçu/PR



Compare com o Machado semilunar encontrado em Iguatama/MG




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Chá de Bebê - Profª Mirian

Realizado ontem, quarta-feira dia 11 de setembro, o Chá  de Bebê  da Professora Mirian Kunrath. Parabéns a professora e obrigado a todas e todos pelo companheirismo!






sábado, 7 de setembro de 2013

Judocas do Colégio Iraci Salete se destacam em Torneio



Foi realizado neste feriado, dia 07 de setembro, no salão da igreja metodista em Laranjeiras do Sul, Torneio Regional de Judô, evento este promovido pela Associação de Judô Laranjeiras, o qual teve a participação de centenas de judocas, oriundos dos diversos projetos e programas desenvolvidas na região. Na ocasião, os/as judocas que treinam no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak, tiveram ótimos resultados, confira:


Ana Bruna dos Santos Bueno – 1º  Lugar
Elaine Santos – 1º Lugar
Jonas Silva dos Santos – 1º Lugar
Juliano Gulhak – 1º Lugar
Ricardo Lemes Barboza – 1º Lugar
Adenilson Bello – 2º Lugar
Alexiane Grzybowski – 2º Lugar
Everton Loiko – 2º Lugar
Jailson Alves – 2º Lugar
Brendo Roth – 3º Lugar

Também estiveram presentes como técnicos da equipe: Jocemar Cardoso e Rudison Luiz Ladislau.



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Educadores/as e educandos/as enfrentam muito frio nesta quarta-feira



Nesta quarta-feira 28 de agosto, educadores/as e educandos/as enfrentaram muito frio para chegarem às escolas no interior de Rio Bonito do Iguaçu/PR. De acordo com vários institutos meteorológicos, as temperaturas ficaram abaixo de zero, com muita geada em toda região conforme podem ser observado nas fotos.



 O frio foi tanto que congelou o orvalho no para-brisa do ônibus.


Já a previsão do tempo para essa quinta-feira dia 29 indica leve elevação de temperatura, mas ainda permanecem baixas:

“O tempo segue estável, sem chuvas, em todo Paraná nesta quinta-feira. O ar frio e seco continua influenciando as condições do tempo em todo Sul do Brasil, por isso teremos mais um dia com temperaturas baixas ao amanhecer. Geadas estão previstas para várias regiões do Estado, mas estas devem ser menos intensas se comparadas a quarta-feira. Durante o dia o Sol predomina, e à tarde as temperaturas ficam agradáveis e até elevadas nas diversas regiões paranaenses”. (SIMEPAR – Sistema Meteorológico do Paraná). De acordo com o site de previsão “Tempo Agora” as temperaturas devem variar de 3 ºC à      22 ºC com sensação térmica de – 1 ºC e 22 ºC respectivamente.

domingo, 25 de agosto de 2013

CARTA DE CANDÓI e PAUTA DE COMPROMISSOS recebem assinaturas de autoridades





 Encerrou neste sábado (24/08), às 17hs, após três dias de intensos debates o Encontro Estadual de Educação do Campo da Articulação Paranaense Por Uma Educação do Campo, na cidade Candói-PR com a presença de várias autoridades políticas e dos movimentos sociais e sindicais.
O encerramento iniciou com apresentações místicas por diferentes grupos: índios, quilombolas, ilhéus, camponeses, faxinalenses, assentados, acampados, bordadeiras, crianças, adolescentes, jovens e adultos, músicas e muita animação e, em seguida com a leitura da Carta de Candói e da Pauta de Compromissos construídas por centenas de mãos durante os anos de 2012 e 2013.

Encontraram-se presentes no Evento o prefeito de Candói Gelson Costa, o vice-prefeito Jeferson Morandi, secretários de Educação, Saúde, Obras, entre outros. Além das autoridades locais que ofereceram toda infraestrutura para o evento ser realizado na cidade, fizeram-se presentes autoridades estaduais, deputados estaduais e federais, reitores de universidades estaduais e federais que assinaram a CARTA DE CANDÓI acompanhada da PAUTA DE COMPROMISSOS:
 
"Por uma política pública, que garanta aos povos do campo, das florestas e das águas,o direito à Educação do Campo no lugar onde vivem".

CARTA DE CANDÓI/2013
 
No inverno de 2013, após treze anos da Carta de Porto Barreiro, aproximadamente mil pessoas, grupo composto por educadores e educadoras; educandos, educandas e pais; lideranças e outras pessoas das comunidades;aproximadamente 120 municípios, representando movimentos sociais e sindicais, escolas, universidades estiveram reunidos no Encontro Estadual de Educação do Campo, organizado pela Articulação Paranaense por uma Educação do Campo, para refletir sobre a atual conjuntura do campo e da Educação do Campo, comprometidos com a classe trabalhadora na perspectiva de sua emancipação. Esse encontro é mais uma das expressões de que essa Educação é forjada num processo de luta da classe trabalhadora, luta pela transformação do próprio campo, pela qual se busca a ruptura com o atual modelo que tem como marca: a crescente concentração de terras, a exploração dos trabalhadores, a expulsão desses dos seus territórios, a pobreza, a possibilidade para a classe dominante de ganhos enormes e transferência de renda e de mais-valia social. Esse processo de luta é vivenciado num contexto de disputa não só no campo econômico e político, mas também educacional. Vivemos num campo marcado pelas contradições: entre a agricultura camponesa e o agronegócio, entre a produção em larga escala com uso de agrotóxicos e a produção que respeita o meio ambiente, portanto, a vida; entre o latifúndio e a pequena propriedade ou a não propriedade; entre patrão e empregado. Nesse contexto a classe trabalhadora vive um momento de descenso, por isso, também de desafios, especialmente, no que se refere à organização coletiva, ao empoderamento dos Movimentos Sociais para o enfrentamento e o rompimento com o atual estado de coisas.Por outro lado, há o apoderamento pelo Estado das propostas das políticas públicas da Educação do Campo que que foram construídas pelos Movimentos Sociais.
Aos sujeitos do campo muito foi negado no que se refere ao acesso à educação formal. Porém, não houve passividade diante disso. Os movimentos sociais e outros segmentos organizados estiveram muito presentes e a partir dos anos 1990, ao realizarem o I Encontro Nacional dos Educadores da Reforma Agrária (ENERA), em 1997;a I Conferência Nacional Por Uma Educação Básica do Campo, em 1998, em Luziânia (GO) e, em 2004, a II Conferência Nacional, pautaram o que nomearam de Educação do Campo, postulando uma nova concepção de educação (buscando formação omnilateral, para e pelo trabalho, com estudo partindo das questões do campo, acessando o conhecimento produzido pela humanidade), com posicionamento político demarcado pela luta de emancipação da classe trabalhadora, com o protagonismo da mesma e exigência de políticas públicas que garantissem acesso à escolarização em escolas públicas e de qualidade social.
No Paraná, especialmente, a partir da II Conferência Paranaense “Por Uma Educação Básica do Campo”, que aconteceu em Porto Barreiro/PR, em novembro de 2000, foram ratificados os compromissos e a luta, assumidos desde o início desse grande movimento. Nesse processo houve conquistas: efetivação de marcos institucionais e legais que reconhecem a Educação do Campo como política pública; ampliação da escolaridade, inclusive de acesso ao Ensino Superior (principalmente em cursos de Pedagogia e Licenciatura em Educação do Campo, entre outros) e à pós-graduação; constituição de Articulações (âmbito nacional, estadual e regional), aproximando e integrando os diferentes coletivos de Educação do Campo; produção de materiais e eventos específicos; construção de uma identidade de Educação do Campo e outras.
Apesar dessas conquistas entendemos que temos ainda muitos desafios: o primeiro deles diz respeito à necessidade de efetivar a Educação do Campo como política pública. A partir disso, faz-se necessária: a reabertura, manutenção e construção de escolas no campo; a ampliação do acesso a todos os níveis e modalidades da educação, principalmente Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos e ensino profissional (nível técnico e Ensino Superior), garantindo também atendimento em processos de educação especial na perspectiva de inclusão; busca de garantia de processos de formação inicial e continuada específicos e vinculados aos interesses da classe trabalhadora; construção de práticas pedagógicas em espaços educativos do campo, inclusive em classes multisseriadas, na perspectiva da emancipação humana, partindo da especificidade do campo, mas garantindo o acesso ao conhecimento elaborado, socializando-as para potencializar as mudanças necessárias; garantia de condições adequadas e necessárias para que ocorra um processo educativo de qualidade, entendendo-as desde a estrutura física aos materiais pedagógicos (inclusive sua produção); lotação de professores concursados em escolas do campo; articulação dos sujeitos coletivos da classe trabalhadora; pautar e fazer controle social das políticas públicas para o campo.
Deixamos aqui registrado nosso posicionamento de indignação diante dos governos, nas diferentes esferas, que relativizam ou ignoram totalmente as necessidades de tais sujeitos, não os reconhecendo como sujeitos de direito,detentores de práticas, de conhecimentos, de valores e de necessidades próprios.
Entendemos que a Educação do Campo:
- não representa apenas disputa conceitual, troca de palavras, mas se vincula a uma materialidade imposta à classe trabalhadora no processo de ampliação e consolidação do capitalismo, que a coloca numa situação de exploração crescente, até expulsando-a do campo, que se torna campo do agronegócio, mas também de reação a essa condição e a busca de outro projeto de campo, de vida e de educação;
- que não é para e nem apenas com, mas dos trabalhadores do campo;
- é luta coletiva por políticas públicas que não estejam subordinadas ao economicismo e às determinações do mercado, mas aos interesses da classe trabalhadora na perspectiva de sua emancipação;
- considera a diversidade dos sujeitos que dela necessitam, desde as especificidades de trabalho, de cultura, de linguagem e outros, portanto, reconhece a materialidade específica dos locais onde esses sujeitos produzem sua vida;
- considera a escola como instrumento importante para apropriação e produção de conhecimentos, portanto, espaço de ensino e formação humana;
- é direito social básico, universal e vital e dever do Estado.
Nós, participantes do Encontro Estadual de Educação do Campo, assumimos coletivamente este conjunto de convicções e desafios, bem como a luta necessária para que os povos do campo, das florestas e das águas, tenham um processo de formação humana com qualidade social. 
Essa carta foi construída, analisada e apoiada pelos participantes, na tarde do dia 24 de agosto de 2013, no município de Candói/PR.

 "Por uma política pública, que garanta aos povos do campo, das florestas e das águas, o direito à Educação do Campo no lugar onde vivem".


PAUTA DE COMPROMISSOS E LUTAS - CANDÓI/PR-2013

sábado, 24 de agosto de 2013

Participantes do Encontro Paranaense fazem denúncias durante evento

Encontro Estadual da Articulação Paranaense Por uma Educação do Campo (APEC) abriu espaço para que os participantes fizessem denúncias do abandono da Educação do e no Campo pelo Estado.
 
Representante das comunidades Nova União e Nova Esperança, do Assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu/PR, entregou um documento à articulação denunciando, entre outros tópicos, o fechamento de duas escolas no campo. Foi fechada a Escola Municipal Cleuza Lopes Bueno em Nova União, no início de 2013 e, no meio do ano, a Escola Municipal Vagner Lopes em Nova Esperança. O documento cita que na escola de Nova União, eram produzidos alimentos, através da horta que eram usados na merenda escolar. O motivo dado para o encerramento das atividades foi falta de recursos para tal produção. Os resultados segundo as comunidades são de que alunos que sofreram com o fechamento das escolas foram redirecionados e têm de percorrer quilômetros para chegar às novas instituições, resultando em falta de tempo para alimentação adequada.
Consta ainda no documento, reclamação sobre a qualidade da merenda oferecida na escola Roseli Nunes, localizada na comunidade Renascer e o transporte dos estudantes que utilizam ônibus velhos e superlotados. O deslocamento e transporte de dois estudantes com deficiência visual da comunidade Nova União também foi denunciado devido ser realizado com extrema dificuldade, assim a falta de atendimento para a educação especial. Quanto à educação infantil, não há nas comunidades atendimento para crianças nessa faixa etária.
Sobre o fechamento de escolas no campo, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3534/12, do Executivo, o qual determina que o encerramento de atividades das escolas rurais deve passar por um órgão colegiado do sistema de ensino local, analisando os impactos da ação e a manifestação da comunidade escolar. O projeto apresentado em 22 de março de 2012 aguarda deliberação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania – DDJC.
Outra denúncia feita por um membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST –, é de que no noroeste do Paraná, um grupo do Movimento não pode levar as crianças à escola, sob alegação do município, de que eles seriam atendidos em outra região.
Uma professora de Congonhinhas denunciou a declaração da Secretaria de Estado da Educação – SEED, onde o órgão diz que os professores não seriam liberados para participar do encontro pelo evento não ter vínculo com a secretaria. Os educadores que participassem teriam os dias contabilizados como falta e deveriam repor as aulas.  De acordo com a denunciante, a declaração diz que no momento não há programação de cursos sobre Educação do Campo organizados pela secretaria.

A coordenação da APEC deixou claro que a SEED foi convidada pela Articulação para participar do evento. Da mesma forma, vários contatos foram realizados junto aos núcleos regionais de Educação (NRE) de todo o Estado para que professores que trabalham em Escolas que atendem alunos do campo participassem do evento.
Ficou evidente durante o evento que os professores da Rede Estadual não foram contatados e incentivados pelo Estado para participar do Encontro Paranaense de Educação do Campo, em Candói-PR.
 
fonte:  http://apecpr2011.blogspot.com.br/2013/08/participantes-do-encontro-paranaense.html

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Ciranda Infantil

Um dos espaços muito importante para a realização do Encontro Estadual da Articulação Paranaense por uma Educação do Campo, é a ciranda infantil, espaço esse que garante a participação das companheiras e companheiros nas diversas atividades durante o evento.

De acordo com a Ana Janina Rigon e Tainara Felski Leite – ambas 4º ano do curso de formação de docentes do Colégio Iraci Salete Strozak, “a ciranda infantil é um espaço, onde se acolhe filhos e filhas de militantes, homens e mulheres da luta que estão em constante processo de formação. Tem como objetivo, não só cuidados e higiene, mas sim estimular e desenvolver seus aspectos físicos e cognitivos”. Ainda destacam que o trabalho realizado com as crianças, tem um planejamento voltado para cada faixa etária, que respeita os limites e dificuldades de cada criança.








Começou ontem em Candói o Encontro Estadual da Articulação Paranaense Por uma Educação do Campo


Começa o Encontro Estadual da Articulação Paranaense Por uma Educação do Campo em Candói com muito entusiasmo nesta última quinta-feira (22) e diversos participantes de todo estado estão presentes, representantes de entidades e movimentos sociais do campo, universidades estaduais e federais e representantes do poder público. Às 14hs houve o ato solene de abertura com a presença do prefeito de Candói Gelson Costa, com saudação e acolhida do evento, além da participação das Organizações e Movimentos Sociais do Campo. O evento acontece de 22 a 24 de agosto fazendo parte das festividades do 23º aniversário de Candói.

São 22 organizações participando do evento, entre elas a Arcarfar Sul – Associação Regional das Casas Familiares do Sul do Brasil, Assesoar – Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural, CPT – Comissão Pastoral da Terra, Fetaep – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado do Paraná, Fetraf Sul – Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Sul do Brasil, MAB – Movimentos Atingidos por Barragens, MMC – Movimento das Mulheres Camponesas, MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Rede Puxirão dos Povos e Comunidades Tradicionais, Representante dos povos indígenas, Organização Quilombola, Ilhéus do rio Paraná, APP Sindicato.

De acordo com a professora da UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul – Solange Todero Von Onçay a articulação paranaense por uma educação do campo existe há 13 anos e um dos objetivos no encontro sediado em Candói é congregar esforços no sentido de construir coletivamente estratégias com vistas a existência e qualificação de políticas públicas voltadas para a educação do campo. “Houveram avanços significativos nas articulações,  no estado e no país, sobretudo no reconhecimento da existência dos sujeitos do campo em relação a sua cultura e identidade e suas demandas educacionais, no entanto é necessário avançar buscando garantir a materialidade necessária para a oferta e permanência dos sujeitos do campo nas escolas e universidades”, ressalta a professora da UFFS.

Para o prefeito de Candói Gelson Costa é muito mais caro para o poder público investir em políticas públicas urbanas do que no campo, a educação do campo é de fundamental importância para garantir a permanência do jovem no campo, com qualidade de vida, o qual destaca: “Não somente a educação que temos de investir, a educação é uma das discussões, para nós é um orgulho sediar este evento em Candói, sabendo que o primeiro ocorreu há 13 anos em Porto Barreiro, vai ficar para a história da educação do campo no estado do Paraná e também para o Brasil”, destacou Gelson Costa.


Segundo um dos representantes da articulação paranaense por uma educação do campo Alex Verdério, esse encontro é fruto da luta pela educação do campo no Paraná e se acumula desde a carta de Porto Barreiro escrita em 2000. “Iremos trocar experiências, fazer nossas reivindicações e também dialogar com o poder público, nós teremos um espaço neste encontro com os governos federal e estadual para discutirmos a pauta”, salienta Alex. Ainda no sábado na parte da tarde será produzida a carta de Candói que estará segundo os articuladores sendo encaminhada a diversos órgãos governamentais, a principio será encaminhada primeiramente ao governo do estado do Paraná via secretaria de estado da educação.