Por Rudison Luiz Ladislau, em 13 de maio de 2015.
Neste segundo mandato fica evidente
que o governo Beto Richa tem um projeto de sociedade contra os trabalhadores e
em favor dos patrões, em favor da iniciativa privada em detrimento do setor
público, se trata da efetivação do projeto neoliberal, que se realizada através
de medidas arbitrárias, autoritárias e antipopulares. O massacre dos educadores
promovida no dia 29 de abril deixam claro que este governo representa um atraso
de décadas, nos levando até o período da ditadura militar.
Se na primeira greve o governo teve uma
grande derrota, com a retirada dos projetos e fim da Comissão Geral,
surpreendentemente se reestrutura para novas ofensivas. Portanto, esta greve
tem um grande significado, mais do que forçar o governo a cumprir com a Lei da
Data Base e a Lei do Piso, significa imprimir
uma nova grande derrota ao governo e segurar por mais tempo as políticas de
estado mínimo, ou no caso contrário o fortalecimento deste mesmo estado. Por
este fato, o governo rompe as negociações, realiza uma série de ameaças, faz
campanhas para jogar a comunidade contra os educadores, objetivando
desmobilizar a categoria e forçar um retorno dos educadores como sentimento de
derrota.Por isso, se faz necessário
politizar a luta – avançar da luta econômica para a disputa do projeto de
sociedade.
Muitos pais, mães e educadores têm
apresentadas preocupações quanto ao calendário escolar. A preocupação é
legítima, mas este pensamento se foca apenas ao momento atual e na perspectiva
que estes ataques se encerram por aqui, portanto não leva em consideração que a priori, ainda
há pela frente mais de 3 anos deste mandato, portando também cabe uma
preocupação ainda maior para estes, se haverá escola e universidade estadual
pública no final desta gestão, e permanecendo, como estarão.
Logo após as eleições, em 2014,
o governo impõe uma série de medidas antipopulares, com foco principal na
educação, e deverá continuar sendo. No entanto, todas as categorias de
trabalhadores serão penalizados neste governo, em maior ou menor grau. A luta
é, e deverá continuar sendo neste próximo período para não perder direitos.
É importante frisar: a
perspectiva é de passarmos por ataques ao conjunto da população paranaense (aos
trabalhadores), ou seja todos serão afetados pelas políticas a serem
implantadas; ainda deverá ocorrer a criminalização dos movimentos sociais e
sindicais, e ainda a perseguição as lideranças. Por tudo isso, o período
exigirá dos educadores:
·
Ter em mente que greve é mais que não ir às
escolas. É movimento, é luta. É tensionar o governo para que atenda a pauta.
·
Entender que o momento atual, esta greve,
definirá os próximos embates. O momento é crucial e decisivo para as próximas
medidas.
·
No entanto, temos que compreender que a luta não
é apenas momentânea e econômica – é para
os próximos anos e é por disputa de projeto de sociedade.
·
Temos que ser consciente que não vamos frear
estes ataques sem fazer a relação com outros movimentos sociais e categorias,
principalmente o conjunto dos servidores públicos estaduais.
·
Precisamos investir na comunicação com a
sociedades – através da mídia tradicional – jornais e rádios, mas
principalmente através da mídia alternativa: blogs, redes-sociais, panfletos,
lambe-lambe.
·
Entrar na greve é muito importante, mas ainda
mais fundamental será nossa participação e iniciativa. Não podemos esperar que
os dirigentes do sindicato ou um núcleo ampliado dê conta das atividades - precisamos nos sentir protagonistas,
responsáveis pela luta... verdadeiros lutadores em defesa da escola pública.
“Escola pública, uma luta de todos”.
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