Encontro Estadual da Articulação Paranaense Por uma Educação do Campo (APEC)
abriu espaço para que os participantes fizessem denúncias do abandono da
Educação do e no Campo pelo Estado.
Representante das comunidades Nova União e Nova Esperança, do
Assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu/PR, entregou um documento à
articulação denunciando, entre outros tópicos, o fechamento de duas escolas no
campo. Foi fechada a Escola Municipal Cleuza Lopes Bueno em Nova União, no
início de 2013 e, no meio do ano, a Escola Municipal Vagner Lopes em Nova
Esperança. O documento cita que na escola de Nova União, eram produzidos alimentos,
através da horta que eram usados na merenda escolar. O motivo dado para o encerramento
das atividades foi falta de recursos para tal produção. Os resultados segundo
as comunidades são de que alunos que sofreram com o fechamento das escolas foram
redirecionados e têm de percorrer quilômetros para chegar às novas
instituições, resultando em falta de tempo para alimentação adequada.
Consta ainda no documento, reclamação sobre a qualidade da merenda
oferecida na escola Roseli Nunes, localizada na comunidade Renascer e o
transporte dos estudantes que utilizam ônibus velhos e superlotados. O
deslocamento e transporte de dois estudantes com deficiência visual da
comunidade Nova União também foi denunciado devido ser realizado com extrema
dificuldade, assim a falta de atendimento para a educação especial. Quanto à
educação infantil, não há nas comunidades atendimento para crianças nessa faixa
etária.
Sobre o fechamento de escolas no campo, tramita na Câmara dos Deputados
o Projeto de Lei 3534/12, do Executivo, o qual determina que o encerramento de
atividades das escolas rurais deve passar por um órgão colegiado do sistema de
ensino local, analisando os impactos da ação e a manifestação da comunidade
escolar. O projeto apresentado em 22 de março de 2012 aguarda deliberação na
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania – DDJC.
Outra denúncia feita por um membro do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra – MST –, é de que no noroeste do Paraná, um grupo do Movimento
não pode levar as crianças à escola, sob alegação do município, de que eles
seriam atendidos em outra região.
Uma professora de Congonhinhas denunciou a declaração da Secretaria de
Estado da Educação – SEED, onde o órgão diz que os professores não seriam
liberados para participar do encontro pelo evento não ter vínculo com a
secretaria. Os educadores que participassem teriam os dias contabilizados como
falta e deveriam repor as aulas. De
acordo com a denunciante, a declaração diz que no momento não há programação de
cursos sobre Educação do Campo organizados pela secretaria.
A coordenação da APEC deixou claro que a SEED foi convidada pela Articulação
para participar do evento. Da mesma forma, vários contatos foram realizados
junto aos núcleos regionais de Educação (NRE) de todo o Estado para que
professores que trabalham em Escolas que atendem alunos do campo
participassem do evento.
Ficou evidente durante o evento que os professores da
Rede Estadual não foram contatados e incentivados pelo Estado para participar
do Encontro Paranaense de Educação do Campo, em Candói-PR.
fonte: http://apecpr2011.blogspot.com.br/2013/08/participantes-do-encontro-paranaense.html
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