Terra Livre de Transgênicos e Sem
Agrotóxicos
Por
Jaqueline Boeno D’Ávila
Acontece
durante os dias 3 à 7 de Junho, a Jornada de Agroecologia em Maringá,
que conta com aproximadamente 2.500 mil pessoas, dentre paranaenses, em
nosso caso estudantes do Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak,
brasileiros de diversos estados e participantes vindos de outros países, como
Bolívia, Paraguai, Argentina, Haiti e Colômbia. O
encontro tem o objetivo de fortalecer a agricultura camponesa com formação,
articulação e troca de experiências. As
Jornadas de Agroecologia são realizadas anualmente pela Via Campesina, com
contribuição de diversas entidades da sociedade civil, movimentos, estudantes e
pesquisadores ligados ao campo e à cidade.
Desde a primeira
edição, as Jornadas mantêm a proposta de ser espaço de formação, análise e
troca de experiência entre os participantes. As Jornadas também integram o
processo de articulação da luta permanente contra o projeto de empresas
transnacionais e do agronegócio, fortalecendo a agroecologia como alternativa
ao modelo capitalista de produção de alimentos e exploração dos bens naturais.
Como em outras edições,
a “Marcha pela agroecologia e integração campo e cidade” aconteceu na
quinta-feira (05/06), com caminhada pelo centro de Maringá até a praça Raposo
Tavares onde ocorreu um ato político com
representantes dos movimentos sociais do campo, dentre eles o MST.
No período da noite
acontecem diversas manifestações culturais, sendo apresentações de circo,
teatro, bandas e diversos cantores latinoamericanos que representaram a riqueza
da cultura em todas suas dimensões humanas. A cultura deve ser um espaço
ocupado pela classe trabalhadora, que deve se apropriar de seus elementos culturais
oriundos de sua histórica luta. Luta essa travada contra uma sociedade injusta
que historicamente torna aquilo que é do povo, algo privado exclusivamente de
direito de uma classe e sobre a posse do dinheiro. A burguesia utiliza
justamente a dominação para privar ao povo sua própria identidade, quando
domina uma cultura e torna ela em mercadoria, não só tira do povo sua invenção,
mas sua liberdade de criação.
Durante
a Jornada funciona a “Feira permanente de Sementes Crioulas e
Produtos Agroecológicos”, que reuni produtores de assentamentos da reforma
agrária, cooperativas e associações de produtores agroecológicos.
Pensar em uma nova sociedade, também requer pensar em uma nova proposta
de produção alimentar, que seja auto-sustentável e totalmente orgânica. Uma das
principais limitações hoje, para a agricultura camponesa é a grande expansão do
agronegócio no campo, que faz de nossa agricultura uma mercadoria extremamente
prejudicial a saúde humana. Sendo, assim Londrina será palco de diálogos para a
troca de experiências entre jovens camponeses que buscam por uma nova forma de
produzir alimentos saudáveis.
O campo brasileiro necessita da
agroecologia como uma forma de pensar a relação do homem com a natureza, nesse
processo de dependência em que o trabalho humano transforma os elementos
naturais para satisfazer suas necessidades. Só que essa dependência deve se
pautar no respeito de retirar da terra aquilo que, de fato precisamos e ainda
conscientes do sistema econômico que estamos ajudando a continuar se perpetuar
em nossa sociedade.
Foto: Leandro Taques
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