sexta-feira, 6 de junho de 2014

Jornada de Agroecologia

Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos            
Por Jaqueline Boeno D’Ávila

Acontece durante os dias 3 à 7 de Junho, a Jornada de Agroecologia  em Maringá,   que conta com aproximadamente 2.500 mil pessoas, dentre paranaenses, em nosso caso estudantes do Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak, brasileiros de diversos estados e participantes vindos de outros países, como Bolívia, Paraguai, Argentina, Haiti e Colômbia. O encontro tem o objetivo de fortalecer a agricultura camponesa com formação, articulação e troca de experiências. As Jornadas de Agroecologia são realizadas anualmente pela Via Campesina, com contribuição de diversas entidades da sociedade civil, movimentos, estudantes e pesquisadores ligados ao campo e à cidade.
            Desde a primeira edição, as Jornadas mantêm a proposta de ser espaço de formação, análise e troca de experiência entre os participantes. As Jornadas também integram o processo de articulação da luta permanente contra o projeto de empresas transnacionais e do agronegócio, fortalecendo a agroecologia como alternativa ao modelo capitalista de produção de alimentos e exploração dos bens naturais.
            Como em outras edições, a “Marcha pela agroecologia e integração campo e cidade” aconteceu na quinta-feira (05/06), com caminhada pelo centro de Maringá até a praça Raposo Tavares onde ocorreu um ato político com representantes dos movimentos sociais do campo, dentre eles o MST.
            No período da noite acontecem diversas manifestações culturais, sendo apresentações de circo, teatro, bandas e diversos cantores latinoamericanos que representaram a riqueza da cultura em todas suas dimensões humanas. A cultura deve ser um espaço ocupado pela classe trabalhadora, que deve se apropriar de seus elementos culturais oriundos de sua histórica luta. Luta essa travada contra uma sociedade injusta que historicamente torna aquilo que é do povo, algo privado exclusivamente de direito de uma classe e sobre a posse do dinheiro. A burguesia utiliza justamente a dominação para privar ao povo sua própria identidade, quando domina uma cultura e torna ela em mercadoria, não só tira do povo sua invenção, mas sua liberdade de criação.
            Durante a Jornada funciona a “Feira permanente de Sementes Crioulas e Produtos Agroecológicos”, que reuni produtores de assentamentos da reforma agrária, cooperativas e associações de produtores agroecológicos.
            Pensar em uma nova sociedade, também requer pensar em uma nova proposta de produção alimentar, que seja auto-sustentável e totalmente orgânica. Uma das principais limitações hoje, para a agricultura camponesa é a grande expansão do agronegócio no campo, que faz de nossa agricultura uma mercadoria extremamente prejudicial a saúde humana. Sendo, assim Londrina será palco de diálogos para a troca de experiências entre jovens camponeses que buscam por uma nova forma de produzir alimentos saudáveis.

            O campo brasileiro necessita da agroecologia como uma forma de pensar a relação do homem com a natureza, nesse processo de dependência em que o trabalho humano transforma os elementos naturais para satisfazer suas necessidades. Só que essa dependência deve se pautar no respeito de retirar da terra aquilo que, de fato precisamos e ainda conscientes do sistema econômico que estamos ajudando a continuar se perpetuar em nossa sociedade.

Foto: Leandro Taques

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