Por Rudison Luiz Ladislau
Iniciou-se na
semana, do dia 02 de junho, os conselhos de Classes Participativos do Colégio
Iraci Salete, momentos de grande importância, já previstos no Projeto Político
Pedagógico (PPP) da escola para se efetivar a concepção de educação pretendida.
Tal processo de avaliação coletiva vem sendo exercitado há vários anos nesta
instituição, conforme prevê o Projeto Político Pedagógico:
“O Conselho de Classe Participativo é
espaço-tempo de efetivar o que denominamos de avaliação dialógica, de chamada
para o compromisso com o estudo e a formação e não para obter notas. Ele é,
também, um espaço de divisão do poder da instituição escolar, avaliamo-nos nas
instâncias da escola envolvida no processo educativo... avaliar é parar e olhar
o que foi feito e como foi feito, tendo como referência os objetivos a que nos
propomos e, para isso, é fundamental o olhar dos diferentes atores envolvidos
nesse processo para que a prática pedagógica seja vista dos diferentes lugares
que ocupamos e que nossos papéis possam ser avaliados por estes olhares”
(PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, P. 59, 2013).
Para
que os Conselhos de Classes aconteçam, o coletivo escolar tem elaborado toda uma
organização de tempos e espaços diferenciados dentro da prática escolar.
Previamente os educandos, elaboram uma auto avaliação, seguida de uma avaliação
dos professores, funcionários, equipe pedagógica e direção. Em outro momento, é
reunido todos esses sujeitos, juntamente com os pais, mães e/ou responsáveis,
onde então acontece a socialização das avaliações, discussões e tomada de
encaminhamentos.
Em
sua dissertação de mestrado, Ana Hammel, tratando do Ciclo de Formação Humana,
aborda o Conselho de Classe Participativo, e faz sua relação direta com as
concepções de educação:
“Para estabelecer mecanismos de
construção de uma escola que de fato ensina e não seleciona, que inclua e não
classifica, de participação direta são realizados os Conselhos De Classes
Participativos (CCP’s), um espaço efetivo de participação de estudantes,
professores e da comunidade, e ao mesmo tempo que visa romper com o tradicional
conselho de classe no qual os professores se reúnem para, sem os estudantes,
encontrar consensos sobre eles (HAMMEL, 2013).”
Nesses
primeiros conselhos do ano, foi observado alguns limites e muitos outros tantos
avanços em sua organicidade. Limites apontados em algumas turmas onde não houve
grande participação dos pais, mães e/ou responsáveis, mas que, no entanto,
verificou-se o contrário em outras turmas, onde ocorreu a participação de todos
os convocados; ainda houve avanço na participação dos professores, bem como na
auto organização de alguns educandos, especialmente do curso de Formação de
Docentes, que realizaram as oficinas de dança, música e Judô para determinado
grupo de educandos (reagrupamentos). Da mesma forma, houve avanço ainda na
própria elaboração das avaliações. Porém, um grande limite para todas as
atividades organizadas pela escola, é a ausência dos estudantes em dias de
chuva, pois, devido a precariedade das estradas, os ônibus escolares não
circulam no interior do assentamento nesses dias, devido aos atoleiros, o que
acaba comprometendo a realização do que foi planejado.
A pedagoga Adriana Junkerfeuerborn de Barros
comenta os conselhos de classes deste ano:
“ __ observa-se que os pais estão bem
comprometidos com o acompanhamento da aprendizagem de seus filhos, em suas
participações. Realizam cobranças em relação as metodologias e
responsabilidades dos professores, elogiam e se dispõem para qualquer
eventualidade. Os educandos demonstram criticidade
e exigem atividades desafiadoras para aprimorar seus conhecimentos. Observa-se
que os pais e os educandos estão preocupados com a aprendizagem.”
A
professora Geografia Maria Isabel Farias, também fala sobre os conselhos:
“O
conselho de classe realizado no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak
é um momento muito rico e construtivo. Um espaço para refazer/reconstruir com o coletivo. Pois
coloca todos/as para repensar os processos formativos com problematização,
aprendizagem e construção do conhecimento.
Um processo intencional de avaliação, com compromisso, onde os
educandos/ educadores/pais/mães, funcionários tem o desafio de refletir
sua prática.”
Dessa
maneira, e com suas contradições, os Conselhos de Classes do Colégio Iraci
seguirão sendo realizados nos próximos dias, como um grande movimento de
avaliação e de formação de todos e todas, sendo prova de um salto qualitativo
nas práticas escolares.
Referências:
HAMMEL, Ana Cristina. Ciclos de Formação Humana no Colégio
Estadual do Campo Iraci Salete Strozak. Cascavel – PR. Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, dissertação de mestrado, 2013.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO IRACI SALETE STROZAK. PPP. Rio Bonito do Iguaçu – PR,
2013.
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